Moçambique
2016, Moçambique baixou do Número
79 para Número 87.
CASOS REGISTADOS EM 2016
• Em Maio de 2016, Polícia de Investigação Criminal notificou o jornalista André Catueira para prestar
declarações sobre os artigos publicados na Agência Lusa e no semanário
Savana, que denunciam a existência
de uma vala comum com 120 corpos nas matas da Gorongosa;
• No dia 27 de Maio, o MISA Moçambique denunciou ocorrência de actos que considerou atentatórios ao
exercício da liberdade de expressão
e de manifestação em Moçambique,
na sequência do baleamento do
académico e comentador do programa “Pontos de Vista” da Stv, José
Jaime Macuane, e da agressão física
ao presidente do partido Ecologista
de Moçambique, João Massango,
que se preparava para dar uma conferência de imprensa na qual iria
anunciar uma manifestação;
• No dia 14 de Junho, cinco agentes
da PIC fizeram-se às instalações do
semanário Zambeze, munidos de
três notificações. Dos cinco agentes,
dois introduziram-se nas instalações
do jornal não apenas com as notificações, mas também empunhando
armas de tipo pistola. Os outros três
permaneceram no exterior do edifício. Os dois que entraram para o edifício apresentaram as notificações
à Directora Administrativa, tendo
esta solicitado aos dois jornalistas
presentes que as recebessem. Os
visados leram e assinaram as notificações. As notificações exigiam
que os jornalistas comparecessem
nas instalações da PIC às 12:00 do
mesmo dia. Sendo um dia de fecho
da edição do jornal, os notificados
tentaram solicitar que a audiência
fosse no dia seguinte. A solicitação
foi recusada pelos agentes da PIC,

que alegaram que os dois deviam
prestar declarações no mesmo dia,
dado que se tratavam de “questões
urgentes”. Os agentes exigiram que
os notificados os acompanhassem
naquele momento à PIC, não obstante o facto de que as notificações
especificavam que eles deveriam se
apresentar às 12:00 horas. Os jornalistas foram prestar declarações respeitantes a artigos publicados com
os títulos: “Militares zimbabueanos
‘abatidos’ em Gorongosa” e “FDS
acusadas de roubar galinhas em
Vundúzi”;
• No dia 12 de Agosto de 2016, os
jornalistas da Televisão de Moçambique (TVM) e Rádio Moçambique
(RM) foram alvos de um ataque perpetrado por desconhecidos, que se
supõem serem homens armados da
Renamo, na localidade de Chiuala,
distrito de Báruè, em Manica. Houve
quatro feridos. Os jornalistas seguiam viagem na coluna de carros escoltados pelas forças armadas, idos
de Chimoio com destino ao distrito
de Macossa, para a cobertura da
visita presidencial;
• 27 de Setembro, a Polícia da
República de Moçambique arrancou
a máquina fotográfica do repórter do
jornal Malacha, quando este tentava
recolher imagens do assassinato do
delegado político da Renamo em
Moatize e membro da Assembleia
Provincial de Tete;
• 8 de Outubro, a jornalista Arsénio
Sebastião Macuene foi detido no
posto policial da Balança, na vila
do Dondo, província de Sofala, acusado de ter difamado um agente da
polícia. A sua libertação, sob termo
de identidade e residência, só viria
a ocorrer no dia 11 de Novembro, após a intervenção do MISAMoçambique. O jornalista foi detido
quando se dirigiu ao posto policial
já referido, com a intenção de mel-

So This is Democracy? 2016

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