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hor se aperceber dos contornos sobre um acto de extorsão de que a
sua esposa havia sido alvo por parte
de um agente da Polícia da República de Moçambique (PRM), que lhe
teria exigido e recebido 8 mil meticais;
No dia 27 de Outubro, a rádio comunitária de Cateme, na província
de Tete, foi vítima de um assalto, no
qual foram roubados material informático, microfones, um receptor
profissional, consolas, uma câmara
digital e uma motorizada.
No dia 29 de Outubro, o semanário
Malacha, editado também em Tete,
viu seus escritórios vandalizados. Os
criminosos subtraíram todo material
informático, dois gravadores digitais,
uma câmara fotográfica e o arquivo
digital do jornal, criado em 2011.
No dia 31 de Outubro, desconhecidos compostos por cinco elementos
entraram na Rádio Dom Bosco, também localizada em Tete, mas não
conseguiram furtar nenhum bem,
graças à intervenção da segurança
local.
No dia 27 de Novembro, o jornalista e director do jornal Diário da
Zambézia, António Zefanias, foi
ameaçado de morte por desconhecidos, através de uma chamada telefónica da rede social WhatsApp.
Os autores da ameaça comunicaram
ao jornalista que haviam sido mandatados por alguém para o assassinar, mas não chegaram a revelar o
nome.
No dia 8 de Dezembro, um grupo
de oito homens armados, todos
desconhecidos, que se supõem
serem das Forças Armadas da Defesa de Moçambique, ameaçou de
morte o jornalista e coordenador
da rádio comunitária de Catandica,
na província de Manica. O mesmo
grupo de desconhecidos, que se fazia transportar por um carro de mar-

So This is Democracy? 2016

ca Mahindra, vandalizou, roubou e
torturou dois filhos do jornalista. No
mesmo instante, perguntaram aos
filhos do jornalista sobre o seu paradeiro. Na altura, o jornalista não se
encontrava em casa. John Chekwa e
a rádio Catandica são acusados de
serem responsáveis pelos maus resultados eleitorais do partido Frelimo
em Catandica, porque convidavam,
para os programas da rádio, pessoas
bastante críticas à governação da
Frelimo.

MIGRAÇÃO DIGITAL A PASSOS
LENTOS
O processo de migração digital em
Moçambique, iniciado a 7 de Novembro de 2010, com a adopção pelo Conselho de Ministros do padrão tecnológico DVB-T2 e mais tarde com a criação
da Comissão Nacional da Migração
Digital (COMID) para elaborar a Estratégia Nacional da Migração da Radiodifusão Analógica para a Digital, tem
dado passos lentos. Os prazos foram largamente ultrapassados. O fim das transmissões analógicas foi fixado em 17 de
Junho de 2015. Quase dois anos depois,
Moçambique ainda não começou a dar
sinal decisivo no processo de migração.
A COMID foi extinta. O processo passou para a nova empresa pública, denominada empresa de Transporte, Multiplexação e Transmissão (TMT), entidade
formada pelas empresas públicas Televisão de Moçambique (TVM), Rádio
Moçambique (RM) e Telecomunicações
de Moçambique (TDM) e sem nenhum
operador privado, o que levanta contestação dado o risco de as entidades
públicas, proprietárias da TMT e fortemente controlados pelo poder político,
serem simultaneamente concorrentes
com as privadas e poderem enveredar
futuramente por actos de chantagem,
ainda mais em contexto de partidari-

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