Moçambique
zação do Estado e controlo dos conteúdos de alguns órgãos de comunicação
pelo governo.

2016 foi caracterizado por assassinatos de cidadãos com
ligações a partidos
políticos.
As rádios comunitárias, bastante influentes nos distritos onde estão instalados, receiam virem a ser adversamente
afectadas, uma vez que não estão
ainda preparadas para a migração. Em
Moçambique, as receitas de muitas
rádios comunitárias nem sequer cobrem custos administrativos. Um estudo recente (FORCOM, 2016) revela
que as rádios comunitárias desempenharam um papel do primeiro plano nas
eleições de 2014, o que preocupou as
autoridades governamentais.
Em 2015, o Governo anulara a adjudicação do concurso que tinha sido
atribuída à StarTimes Software Technology Co., por incumprimentos dos acordos e lançou um novo concurso público
que viria a ser ganho pela mesma empresa. Os resultados foram tornados
públicos em Outubro de 2016. Neste
momento, decorrem processos de busca
de financiamento para o projecto que,
em princípio, será financiado pela EXIM
Bank da China, na ordem de 160 milhões de dólares.

LEI DE IMPRENSA AINDA EM REVISÃO
Iniciado em Novembro de 2006, a revisão da Lei de Imprensa, já concluída,
deveria ter dado entrada na Assembleia
da República até ao final do ano passado (2016), conforme garantira a 12
de Abril, a directora do Gabinete de Informação, Emília Moyane. No entanto,
até à conclusão deste artigo, a Lei ainda
não tinha sido submetida ao Conselho
de Ministros. É de lembrar que a revisão
da lei de imprensa sofreu uma interrupção prolongada sem nenhuma justificação pública.
Uma outra questão que tem merecido
atenção na comunicação social em
Moçambique, são os debates em torno
da proposta a primeira lei de radiodifusão que, embora seja uma inovação,
tem vindo a receber críticas pelo facto
de não distinguir a radiodifusão comercial, pública e comunitária, juntando
tudo no mesmo pacote. Igualmente, esta
lei da radiodifusão não toca nos aspectos mais cruciais sobre a radiodifusão
em Moçambique, sobretudo os ligados
à profissionalização da gestão das Rádio
e Televisão Pública (Rádio Moçambique
e Televisão de Moçambique), centrando-se somente nos processos de licenciamento das rádios e televisões e de
regulação dos conteúdos no âmbito dos
desafios impostos pela migração digital.
As organizações da sociedade civil que
trabalham na área da comunicação social têm vindo a acompanhar o processo com justificado interesse.

So This is Democracy? 2016

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