State of the media in Southern Africa - 2003
Receber e disseminar a informação e pontos de vista em matéria de interesse dos consumidores
do bens e serviços regulamentados; estabelecer comités locais, regionais e sectoriais dos
consumidores, bem como garantir a consulta entre os mesmos.
Finalmente, o conselho consultivo tem o poder de proceder à consulta com a indústria, governo
e outros grupos do consumidor em matérias de interesse dos consumidores de bens e serviços
regulamentados.
Imcopetência profissional
O prosseguimento da imprensa livre e independente na Tânzania é, contudo, desafiado pela
mediocridade profissional por parte dos jornalistas e as aterradoras condições em que trabalham,
o que é justificado pelo facto de 63% dos jornalistas no activo no país possuírem meros
certificados obtidos, após cursos cuja duração vai de uma semana a três meses de duração.
(MISA 2003).
Por seu turno, os jornalistas não se sentem bem por serem colocados ao mesmo nível. Não
hesitam em evidenciar as diferenças entre os formados e não formados, os que trabalham em
órgãos de comunicação social oficiais e os da imprensa privada.
Enquanto os jornalistas do sector estatal se guerreiam pela ocupação de postos administrativos
e sincuras, os do sector privado batalham pela sobrevivência, através da chantagem e difamação.
A tendência para desacreditar certos segmentos a profissão e de eliminar um ao o outro levou
a uma desnecessária rivalidade entre jornalistas.
Os proprietários dos mídia aproveitam-se disso para explorar, subjugar e utilizá-los em suas
batalhas de negócios e de política. O acantonamento de editores em algumas salas de leitura
de jornais é disso um exemplo. O outro, é o abuso do regime freelance. Como trabalhadores
eventuais de uma construção, eles facultam um ilimitado poço de trabalho barato. Através da
chantagem e intimidação permanecem leais aos jornais que pagam o esforço deles, e não se
atrevem a expandir o seu horizonte para além deste ponto, isto é, não estão livres de freelance
onde quer que seja.
Condições de trabalho e jornalismo de envelope
Resultados de um recente estudo do MISA (2003), apontam para a magnitude do desemprego
na indústria jornalística. Uma amostra de198 jornalistas em 14 regiões indica que 68% são
desempregados, sobrevivendo como freelancers . 93% destes trabalham em regime de contrato
de duração desconhecida. No tocante ao pagamento, 82.83% deles dizem que são pagos de
forma irregular. A situação dos que trabalham em regime de emprego permanente não é das
melhores, já que devido à posição pouco clara dos respectivos contratos, a maior parte deles
não sabe sequer o seu grau profissional e o seu salário nas respectivas organizações.
Enquanto apenas 9.37% de empregados a tempo inteiro conhecem o respectivo grau profissional
e salário, os restantes 90.62% trabalham em condições desconhecidas de emprego. Enquanto
o salário médio mensal de um jornalista efectivo varia entre 72,000 e 90,000 shillings, o freelancer ganha em média 1000 shillings por cada estória ou fotografia publicada, o equivalente a
30,000 shillings por mês, menos de um salário mínimo oficial, que é de 45,000 shillings. Isto
explica, em parte, o porquê é muito comum entre jornalistas participar em workshops de
formação, como forma de aproveitar as vantagens que a agência promotora fornece, mais do
que o workshop em si. Foi isto que levou ao surgimento do “jornalismo de envelope”.
So This Is Democracy? 2003

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Media Institute of Southern Africa

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