MOÇAMBIQUE

sobretudo para adaptar a metodologia ao contexto específico
de Moçambique, por exemplo a questão do procedimento
administrativo concernente aos dias e prazos da obrigatoriedade
das respostas aos pedidos de informação assim como da
instrução dos recursos etc.
(ii) Foram seleccionadasnove (09) instituições públicas, de
economia mista e privadas das diferentes regiões do país: norte,
centro e sul. As instituições compreendem também de nível
central e local. Tal abrangência tinha como fim apreender o mais
objectivamente possível as variáveis em análise. Não houve um
critério minucioso quanto à selecção das instituições, senão o
consenso entre o investigador e a equipa do MISA-Moçambique
em termos de instituições detentoras de informação de interesse
público e relevantes no contexto de Moçambique.
(iii) A cada instituição foi enviada uma carta com dois pedidos de
informação considerada de interesse público, fazendo referência
à lei de direito à informação.
(iv) Controlou-se ograu de observância dos prazos estabelecidos
pela lei (21 dias) no concernente a acusação da recepção dos
pedidos e respectivo envio das respostas e da informação
requerida.
(v) Em complementaridade ao pedido de informação, analisouse os websites das instituições. Para este caso tentou-se aguardar
pelas respostas das instituições antes das análises, mas no geral,
grande parte das instituições tardaram em responder o que fez
com que a análise dos sites coincidisse com o tempo em que se
aguardava pelas respostas.
(vi) Por fim,foram feitas entrevistas complementares que
visavam aferir a organização interna para tratamento e
disponibilização de informação. Assim realizou-se visitas a todas
as instituições seleccionadas e igualmente se realizou entrevistas
com responsáveis sectoriais ou indicados para disponibilização
de informação. Mesmo se os resultados das análises não podem
ser generalizados, estes permitem formar uma ideia geral
sobrea fase de disponibilização de informação pelas instituições
detentoras. Visto que algumas instituições revelaram ter grandes
dificuldades em receber a equipa do MISA, como foi o caso do
Ministério do Interior e o Município da Beira, o processo de
acesso para as entrevistas foi também levado em conta como
elemento fundamental para avaliar o nível de acessibilidade das
instituições.
Foram submetidas à prova de disponibilização de informação as
seguintes instituições:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.

Moçambique Celular (mCel)
Conselho Municipal da Cidade de Maputo
Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM)
Serviço Nacional de Migração
Conselho Municipal da Cidade de Nampula
Linhas Aéreas de Moçambique (LAM)
TRAC-Trans African Concession (TRAC)
Conselho Municipal da Cidade da Beira
Empresa de Transporte, Multiplexação e Transmissão
(TMT)

Em resumo, trata-se de uma instituição da administração central
do Estado, tutelada pelo Ministério da Interior (4); três dos

órgãos do poder local (2, 5 e 8); quatro empresas públicas (1,
3, 6 e 9); e uma exclusivamente privada (7). A intenção não é
generalizar as conclusões, mas oferecer um panorama geral da
situação da disponibilização de informação de interesse público.
Todos os inquéritos assim como o trabalho de análise dos
websites e as entrevistas foram realizados nos meses de Junho
e Julho de 2017, tendo sido respeitado o tempo de espera das
respostas aos pedidos formulados junto das instituições. A lista
das instituições supra respeita a ordem de apresentação das
conclusões detalhadas no texto que se segue.

RESUMO DAS PRINCIPAIS
CONCLUSÕES
Categoria 1: Análise do site

De forma geral pode-se inferir o seguinte:
• Com a excepção da TMT, todas as instituições
avaliadas dispõem de um site ou página nas
redessociais em que comunicam algumas das suas
actividades;
• As páginas dispõem de pouca informação, em alguns
casos nenhuma,sobre actividades e despesas das
entidades, tendo sobretudo informação de natureza
informativa simples e geral, por vezes de natureza
comercial;
• Dificilmente é possível fazer um acompanhamento
das actividades ou obter uma informação de relevo
sobre as instituições a partir dos seus sites.
• A actualização dos sites é deficitária,o que pode
contribuir paraa desmotivação no que diz respeito ao
uso de websites como fontes de informação sobre as
actividades das instituições.
• Certos tipos de documentos, como relatórios,
estudos de interesse público, disponíveis nos sites
são geralmente antigos, não constituindo bases
completas para acesso à informação das instituições.

CATEGORIA 2: Pedido de informação
Depois de formulados os pedidos, analisadas as respostas
complementadas pelas entrevistas, foram tiradas as
seguintes breves conclusões:
• Grande parte das instituições não acusou a recepção
nem respondeu aos pedidos feitos pelo MISA;
• Apenas três instituições responderam aos pedidos de
informação dentro do prazo previsto por lei (21 dias
úteis);
• Grande parte das instituições não dispõe de espaços
de consulta de informação nem de pessoal específico
para responder aos pedidos de informação;
• As instituições têm dificuldade de partilhar a
informação sem pedir justificações dos pedidos;
• A figura de informação classificada como ‘secreta’
predomina a recusa de disponibilização de
informação que por lei é de natureza pública.
• Quase todas as instituições têm dificuldade de
classificação e formação de arquivos acessíveis ao
público (com a excepção do Município da Cidade de
Maputo).

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