SETOR 1

Pontuação:
Pontuação individual:
1

O país não atinge o indicador

2

O país atinge minimamente os aspectos do indicador

3

O país atinge alguns aspectos do indicador

4

O país atinge maior parte dos aspectos do indicador

5

O país atinge todos os aspectos do indicador

Média:

4.1 (2005 = 2.6; 2007 = 4.7; 		
2009 = 3.6; 2011 = 3.1)

1.2. O direito à liberdade de expressão é efectivamente
observado e os cidadaõs, incluindo jornalistas, exercem
os seus direitos sem medo.
A liberdade de expressão é efectivamente exercida pelos cidadãos e pelos
jornalistas, designadamente nos media convencionais, sobretudo nos não directa
ou indirectamente controlados pelos poderes públicos, nos media comunitários
(rádios comunitárias, em especial), nos media sociais (facebook e twitter, mais
predominantemente) e nalguns espaços propiciados por plataformas como
Observatórios de Desenvolvimento e Presidências Abertas. Mas nada indica que
cidadãos e jornalistas estejam a se expressar sem medo, uma vez abundarem
situações de ‘repúdio público’ a críticos da gestão da coisa pública, recorrentemente
feitas, sobretudo nos últimos anos, pelo próprio Presidente da República (PR),
Armando Guebuza, a quem compete, constitucionalmente, promover os direitos
humanos, a liberdade de expressão inclusa. De resto, o PR até se notabilizou,
nos últimos anos, com qualificativos como ‘apóstolos da desgraça’ e ‘delirantes’
quando reagia aos seus críticos.
Nos últimos anos, o medo, mesmo se reconhecendo o seu carácter geralmente
subjectivo, ampliou-se, inclusive nas academias. A recolha de jornais que
circulavam na reunião magna dum partido político; a interdição de um jornalista
da Rádio Moçambique (RM) de prosseguir com a função de correspondente
de um órgão de informação estrangeiro, mas com emissões e audiência em
Moçambique; a transferência de funcionários públicos, sobretudo professores, de
um local para outro, remoto e bem distante do primeiro, sobretudo por exercerem
a sua liberdade de expressão [política]; a ‘censura prévia’ de palestrantes
externos nalgumas universidades; e a predominância do anonimato dos cidadãos
que participam em programas radiofónicos e televisivos interactivos sobre a
governação, mesmo para expor situações de domínio público e aparentemente
simpáticas num contexto democrático. Todos estes são sinais claros de agudização
do medo e de redução de espaços de exercício das liberdades de expressão.

BARÓMETRO AFRICANO DA MEDIA MOÇAMBIQUE 2014

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