equitativa da publicidade do Estado, considerando este o maior anunciante e a publicidade fundamental para a sustentabilidade dos media. O facto de as OSCs que trabalham no activismo serem pouco actuantes, a exemplo do MISA-Moçambique, estarem numa situação de fraqueza institucional pode ser considerado como um outro motivo do ambiente propício às violações das liberdades de imprensa e de expressão. Pese embora haja algumas instituições que têm feito algum trabalho, a exemplo do Fórum Nacional das Rádios Comunitárias (FORCOM), com trabalho de relevo na defesa das rádios; e a IREX, uma organização americana que implementa um Programa de Fortalecimento dos Media em Moçambique que instalou uma ‘Comissão de Resposta’ de casos de violações das liberdades de imprensa. Quanto ao acesso dos media em Moçambique, há que destacar a importância dos meios de comunicação electrónicos, sobretudo a Rádio Moçambique que está quase presente, em todo o País e a transmitir na maioria das línguas nacionais, para além das rádios comunitárias e comerciais em funcionamento, em muitos distritos do País. A Televisão, por seu turno, continua a ser acessível, somente, nos principais centros urbanos, muito por custo do acesso à energia eléctrica que continua a ser limitada em grande parte dos distritos e zonas rurais do País. Os meios de comunicação impressos são os menos acessíveis, tendo uma distribuição maioritária na capital do País, Maputo, e muito pouco para as capitais provinciais, quase nada para os distritos. No geral, a qualidade de conteúdos noticiosos publicados nos meios de comunicação, nas diversas temáticas sobre a sociedade, continua a não ser satisfatória, sobretudo quando se trata de questões ligadas à política, assim como à denúncia de más práticas de governação. Isto deve-se a diversos motivos. O primeiro está ligado à imprensa pública, tanto escrita assim como de radiodifusão, que não se encontra adequadamente protegida contra interferências políticas. Em segundo lugar, em todos os media verifica-se uma representação desequilibrada das vozes das mulheres, quando comparadas com as dos homens como fontes de notícias assim como protagonistas de histórias positivas; associa-se a este facto a falta de consideração efectiva e integração de programas televisivos de pessoas com necessidades especiais. As limitações dos recursos que encarecem os trabalhos de reportagem investigativa, assim como sobre as problemáticas e questões locais, prevalecendo acontecimentos e realizações em Maputo e nas capitais provinciais, onde se encontram localizadas as redacções dos principais meios de comunicação do País. Associa-se aos pontos anteriores o respeito pelas questões éticas e a qualidade do profissionalismo que continua ainda como um desafio fundamental para a qualidade dos conteúdos. Embora exista, em Moçambique, um Código de Conduta do Jornalista, aprovada em 2012, pelo Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ), como instrumento de auto-regulação, para além de outros como o Código de Conduta para a Cobertura Eleitoral, institucionalizado, igualmente como instrumento auto-regulador, em 2008, pelo MISA-Moçambique e SNJ; ambos BARÓMETRO AFRICANO DA MEDIA MOÇAMBIQUE 2014 7