MOÇAMBIQUE
com a Liberdade de Imprensa. Um jornalista que trabalha em Quelimane, capital da província da Zambézia, foi, nos finais de 2006,
exonerado do cargo de chefia que desempenhava num órgão público
de comunicação social, isso por ter recusado participar numa reunião do partido no poder, a Frelimo, para a qual havia sido convidado.
É fundamental que os jornalistas façam o seu melhor no sentido de
resistirem à manipulação dos políticos, que nunca acabará. E a manipulação é talvez mais forte na capital do país que nas províncias.
Os que se entregam à manipulação acabam pensando que o clima
está tenso.
À excepção de Maputo, onde ainda há os que não escrevem, por exemplo, sobre a Renamo por temerem ser conotados com a oposição
política, até certo ponto o medo se acentua quando se está fora da
capital do país. O que sucede com as rádios comunitárias é disso
revelador. Só um ano depois é que se soube, por exemplo, que os
sete milhões de meticais alocados aos distritos estavam a ser mal
usados, dado que os jornalistas das rádios comunitárias nada reportaram sobre o assunto devido ao medo existente fora de Maputo.
Há muita intimidação política fora da capital nacional, que muitas
vezes resulta em represálias. Isso medo entre as pessoas, incluindo
jornalistas. Nessa situação, as pessoas acabam não arriscando, dado
que há que proteger a integridade física. Situações de abuso do poder fora de Maputo devem ser prontamente denunciadas, para que
ilegalidades não abundem. Em 2006, por exemplo, um procurador
ordenou a detenção ilegal, em Barué, na província de Manica, de
três jornalistas, mas logo que o MISA-Moçambique denunciou a ocorrência eles foram soltos e o Procurador-Geral da República (PGR)
instaurou um processo disciplinar contra o procurador em causa.
Pontuação individual: 		

3; 5; 3; 3; 2; 3; 2; 2; 4; 2

Média: 				

2.9

4				

African Media Barometer - Moçambique 2007

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