SECTOR 1

oportunidades, incluindo o acesso ao emprego, aos créditos bancários, etc. A autocensura foi referida como sendo mais prevalecente no seio da comunicação social
do sector público. Contudo, foi observado que esta cultura de medo poderá ser um
exagero, porquanto há alguns cidadãos e jornalistas que se expressam livremente
e em dissonância com o poder político estabelecido, sem qualquer tipo de
represálias. A cultura de medo é mais prevalecente ao nível das
províncias, enquanto que em Luanda já se pode notar um certo
ambiente de solidadriedade entre os jornalistas, a sociedade
civil e organizações de fé. A prisão e o subsequente julgamento
« Há um excesso
do General Fernando Garcia Miala foi apontado como tendo
de medo entre os
contribuído para o recrudescimento do medo, baseado na
noção lógica de que se algo semelhante pode acontecer com um
cidadãos, e será
oficial superior das forças de defesa e segurança, haverá menos
errado concluir
protecção para o cidadão comum.

que tal clima
seja promovido
pelo governo.
são sequelas do
passado, e se esse
medo não acabar
estamos mal »

Apesar de todos os constrangimentos acima apontados existe
uma abertura na comunicação informal entre os jornalistas
da comunicação pública e privada, nos vários domínios de
informação da esfera política, economica, social e cultural.
A comunicação informal chega a ter mesmo maior impacto
na vida social dos cidadãos do que a comunicação pública
convencional.

Foi do consenso geral entre os membros do painel, por exemplo,
que a suposta filtração de informação que se verifica nos órgão
de informação pública como a rádio pública, obriga os cidadãos
a recorrerem à comunicação social privada como alternativa.
Mas há também a convicção dos membros do painel de que o medo é imposto a
partir de superiores hierárquicos, e muitas vezes de forma injustificada. Quando se
tem uma posição editorial, é dificil encontrar um emprego porque parece existir um
sindicato “uma voz de sincronia” entre os proprietários dos órgão de comunicação.
Um dos membros do painel disse: “Há um excesso de medo entre os cidadãos, e
será errado concluir que tal clima seja promovido pelo governo. são sequelas do
passado, e se esse medo não acabar estamos mal”.

14

BARÓMETRO AFRICANO DA MEDIA ANGOLA 2010

Select target paragraph3