State of the media in Southern Africa - 2004
reflectisse os princípios da liberdade da imprensa. A hostilidade do governo à transformação
da mídia estatal em emissoras de serviço público mina a liberdade da imprensa enquanto causa
dúvida sobre a integridade dos esforços para transformar a emissora estatal num órgão público.
Havia muito receio que o conselho estaria alinhada ao partido no poder, o Congresso do Lesoto
para a Democracia (LCD).
Em maio, Thabane, quando ainda ministro do Interior e da Segurança Pública, ameaçou
verbalmente o editor de um programa radiofonico da Rádio Lesoto, Nthabeleng Sefako, ao
vivo, com o programa no ar. Traduzido aproximadamente do Sesotho, o que Thabane disse foi:
“esta mulher Nthabeleng Sefako está a precisar ser resolvida. É simplesmente uma servidora
pública e no entanto quer dizer, a mim, que sou um ministro inteiro do governo, quanto tempo
o meu programa devia ser. Vamos ficar de olho nela”.
Seis meses mais tarde Thabane, Presidente da Força-Tarefa do Governo para Segurança, foi
indicado ministro (e portanto indirectamente superior de Sefako), supostamnte para “ficar de
olho” no processo da transformação da mídia estatal . A confrontação ao vivo é um exemplo da
necessidade da transformação da rádio estatal, onde o MISA-Lesoto foi recusado um espaço
num programa de actualidades, no qual queria debater a questão da transformação. Uma
entrevista com o MISA-Lesoto que era para ter sido exibida Televisão Lesoto - controlada pel
governo - também foi impedida de ir ao ar.
Ataques a profissionais dos mídia
Em setembro de 2004, Justice Maqelepo um jornalista freelancer, foi agredido severamente
por membros da polícia e por individuos da segurança armada municipal por ter perguntado
porque estavam a abusar verbalmente os vendedores que eles estavam a escorraçar das ruas
da capital, Maseru. Maqelepo tinha-se identificado [como jornalista] ao comandante da
esquadra, que foi o primeiro a o agredir. Os outros policiais então juntaram-se ao comandante
e continuaram a agredi-lo.
MISA Lesoto condenou este acto de barbárie e emitiu a seguinte declaração: “O Instituto dos
Mídia da África Austral (MISA) no Lesoto condena veementemente o ataque ao jornalista
freelancer, Justie Maqelepo, agredido por um grupo de integrantes dos serviços policiais do
Lesoto (LMPS) e guardas da Câmara Municipal de Maseru (CCM)a 10 de setembro de 2004.
Os guardas da CCM - que estavam armados até aos dentes com paus e chicotes, tinham
supostamente estado envolvidos numa operação para afastar os vendedores de rua da estrada
principal da capital, Maseru. No passado, já houve conflictos de rua entre os vendedores e
membros das forças de segurança. Num incidente semelhante em 2003, dois jornalistas de um
jornal local foram feridos.
O incidente mais recente, que envolveu o Sr. Maqelepo, aconteceu perto do edifício da central
principal dos serviços do correio em Kingsway. Ao relatar o incidente, Maqelepo disse ao
MISA-Lesoto que a polícia tinha chegado em dois veículos e tinham lançado um ataque contra
os vendedores, usando armas e gritando ofenças. Maqelepo apresentou-se ao policial que parecia
estar ao comando e identificou-se como jornalista. Perguntou então se “aquela era a maneira
como a polícia normalmente operava”.
O policial mudou a sua atitude imediatamente, gritou um insulto e agrediu-o com um soco no
rosto. Um pequeno grupo de policiais então destacou-se do corpo principal e juntou-se ao
seu comandante, agredindo Maqelepo com varas e chicotes. Aproveitando uma oportunidade,
fujiu para o outro lado da rua e conseguiu escapar dos seus atacantes, mas não antes de ter
So This Is Democracy? 2004

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