State of the media in Southern Africa - 2003
Isto significa que o Ministro continua a gozar de poderes reguladores.
Embora haja acentuadas mudanças do novo Acto da ZNBC, onde é esperado que opere como
uma “verdadeira” radiodifusora ao serviço do público representando a diversidade de opiniões e
um amplo espectro de programas, ainda existem muitos preconceitos, interferências políticas e
abuso daqueles que detêm o poder político. Cobertura de notícias da televisão com preconceito é
um claro sinal que a ZNBC, esta longe de preencher todas as obrigações como radiodifusora de
serviço público.
Ao contrário da imprensa independente, que irrompeu em cena durante a transição política nos
inícios de 1990, a radiodifusão independente nasceu com muita luta e controvérsia. A marcha
actual das estações de rádio comunitárias está bem espalhada tanto nas áreas rurais como urbanas.
Infelizmente, muitos destes programas apenas operam providenciando musica, enquanto que as
transmissões de rádio são altamente restringidas. De uma forma geral, tem havido um declínio
acentuado no desenvolvimento do sector dos media privados. Muitos problemas financeiros
causaram a redução de capacidade de operações de muitos jornais. Em Junho de 2003, o jornal
The Monitor reduziu a sua distribuição de bissemanal para semanal, enquanto que a circulação
do jornal semanário Today não foi consistente, aparecendo quinzenalmente ou então nem era
lançado. Um mídia independente livre do controlo do monopólio do governo é crítico se um país
quer atingir a maior diversidade possível e a chave para sustentar um sistema democrático. Os
mídia independentes na sua presente forma não contribuem muito no processo democrático, já
que eles não funcionam como mensageiros para pontos de vista diferentes, nem questionam as
políticas do governo ou os abusos do poder e corrupção.
A actual concentração de propriedade do governo no meio dos mídia, enfraqueceu de grande
forma a diversidade dos mídia, contribuindo desta forma na falha dos mídia para reflectir-se no
espectro multi partidário total e pontos de vista pluralistas que são críticos para a liberdade de
imprensa e para a democracia. Os danos excessivos e os custos arbitrados pelos tribunais já
começam a ser uma fonte de preocupação e a maioria destas vem da parte de oficiais e políticos
do governo. Estas multas e danos criam a impressão de que os tribunais desejam amordaçar os
mídia privados. O Tribunal Supremo já no princípio deste ano multou por calúnia a dois
Comissários da Comissão de Direitos Humanos Permanentes. O Tribunal, passou uma abstenção
no parecer à favor de que os Comissários tinham recebido um ‘suborno’ de parentes de um jovem
que herdou bens do seu falecido pai. Os Comissários empreenderam cauções que levaram o carro
do jornal The Monitor, uma carrinha canadiana paralisando desta forma as operações dos jornais.
A MISA-Zâmbia e a PAZA, continuam a trabalhar juntas na luta para uma liberdade de imprensa
na Zâmbia. As duas organizações lutaram muitas ‘batalhas’ durante este ano especialmente na
convocação de reformas legais. Tanto a MISA como a PAZA, suplicaram ao governo em vários
forums para retirar 13 excertos de lei desagradáveis incluindo o Acto de Segredos Oficiais que
inibe a liberdade de imprensa.
Numa nota positiva, o governo marcou sucessos para o final do ano quando em 23 de Dezembro
de 2003, revelou o tão esperado plano de acção do projecto de Informação e Tecnologia de
Comunicação(ICT). Até essa altura, Zâmbia, estava entre os poucos países na região da SADC
que tinham uma política de ICT .
Daqui para frente, é claro que batalhas maiores esperam na luta da Zâmbia, para a liberdade dos
mídia. É necessário convencer a Administração de Novos Negócios para garantir urgentemente
reformas legais para os mídia que possam garantir a liberdade dos mídia e nutrir a democracia
para o povo da Zâmbia.
So This Is Democracy? 2003

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Media Institute of Southern Africa

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