MOÇAMBIQUE

A INSTITUIÇÃO PÚBLICA
MAIS FECHADA
No cômputo geral, a informação continua bastante protegida
e inacessível para o cidadão, não obstante a campanha de
formação de funcionários públicos levada a cabo no ano
passado pelo MISA e pelo Ministério da Administração
Estatal em parceria com a Oxfam Ibis. Na base dos resultados
concluímos que a esmagadora maioria das instituições
avaliadas merece o Cadeado de Ouro.
No entanto, duas organizações obtiveram valores
baixíssimos, com 0 pontos na categoria website. Estas
são o Instituto Nacional de Transportes Terrestres e o
Município da Cidade da Matola. Como muitos outros,
estas duas instituições estão a enfrentar dificuldades
com a sua presença online. No caso do Instituto Nacional
de Transportes Terrestres, tem dois sites, mas estes
estão a ser usados apenas para ferramentas de gestão
no processo de concessão de licenças de motorista. No
caso da Cidade da Matola, o website não está activo, pois
não conseguem manter os pagamentos aos provedores
de serviços de hospedagem. A Cidade da Matola recebe,
assim, o Prémio Cadeado de Ouro de 2018.

A INSTITUIÇÃO PÚBLICA
MAIS ABERTA
Contrariamente ao ano passado, em que duas
instituições conseguiram uma nota acima dos 50%,
(Conselho Municipal de Maputo e Caminhos de Ferro de
Moçambique), no presente estudo nenhuma instituição
conseguiu. Com 19 pontos, o Serviço Nacional de
Identificação Civil foi então a instituição mais aberta
do ano, tendo sofrido na categoria website, por não ter
site próprio e depender para o efeito do site do órgão
de tutela, o Ministério do Interior. No entanto, embora
seja um resultado abaixo dos 50% e tendo também
em conta que não respondeu a todas as perguntas, é
a instituição galardoada com o Prémio Chave de Ouro
em reconhecimento do esforço e a boa prática na
administração pública.

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RECOMENDAÇÕES
Face aos resultados, recomendamos:
• Ampliar a formação dos funcionários públicos em matéria
da Lei do Direito à Informação a detentores de cargos
públicos, principais detentores e gestores de informação
relevante como contratos, Actas de Adjudicações de
serviços, relatórios e contas;
• A capacitação de gestores públicos e de chefes de
gabinetes jurídicos das empresas públicas de modo a
dominarem a Lei do Direito à Informação;
• Continuar com a capacitação de funcionários sobre gestão
de websites, assim como sobre a priorização da informação
de interesse público para a actualização nos websites, mais
do que o depósito de notícias institucionais;
• Divulgar, a todos os níveis, a directiva produzida pelo MISA
que orienta os funcionários no processo de disponibilização
da informação através das páginas web;
• Elaborar um plano para sensibilização das instituições
detentoras de informação pública de modo a abandonar a
cultura do secretismo e do medo;
• Transformar bibliotecas e arquivos em salas de consultas
de informação, com auxílio dos gabinetes de comunicação;
• Auxiliar o Governo na divulgação da Lei do Direito à
Informação e da informação que deve ser acessível ao
público;
• Rever a Lei de forma a definir mecanismos claros de
responsabilização dos agentes que negam a informação;
• Continuar a sensibilizar os jornalistas e o público para
a necessidade de fazer o uso da lei para o pedido de
informação.

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