SETOR 2

A área dos media, incluindo a nova
media, é caracterizada por um ambiente
de diversidade, independência e
sustentabilidade.
2.1
Um vasto leque de fontes de informação
(imprensa escrita, rádio, televisão, internet, telefonia
móvel) são acessíveis e a um custo razoável para
todos os cidadãos.
O panorama de acesso aos media em Moçambique não é uniforme, tratando-se
por um lado, da radiodifusão (rádio e TV) e da imprensa escrita. No primeiro caso,
existe maior acesso à rádio, na medida em que o sinal da rádio pública cobre entre
70 a 90% da população do país, onde 43% dos agregados familiares possuem um
aparelho receptor, de acordo com dados do censo geral da população de 2007.
Contudo, os índices de pobreza rural são ainda muito altos, ameaçando assim
reduzir ainda mais o nível de acesso à rádio, devido à perda do poder de compra
de pilhas para os receptores de rádio. O quadro é totalmente diferente em relação
à TV, onde a cobertura populacional reduz-se aos principais centros urbanos e a
algumas sedes de distrito, devido sobretudo à falta de acesso à electricidade e ao
custo dos receptores de TV, para além do próprio sinal da televisão pública que é
muito limitado no seu raio de cobertura. Ainda de acordo com o censo de 2007,
apenas 467 537 lares em todo o país possuíam um aparelho de televisão naquele
ano.
Relativamente à imprensa escrita, o acesso permanece bastante limitado aos
grandes centros urbanos: o sistema de distribuição de jornais é pouco abrangente e
o custo do jornal aumentou nos últimos anos. Uma cópia de um jornal semanário
custa 30.00 Meticais (cerca de US$1.00), contra um salário mínimo na função
pública de 2 750.00 Meticais (US$ 92).
Há receios de que para a maioria da população moçambicana, o acesso ao sinal de
rádio e TV venha no futuro a tornar-se problemático, dado o actual processo de
migração tecnológica que tem a sua conclusão em 2015. Os custos de conversores
ou de aparelhos de TV digitais são extremamente altos para a maioria da população
moçambicana. Um conversor de TV custa actualmente US$80.00 e o de rádio
custa US$120.00. O pior é que, faltando apenas quatro anos para a conclusão
do processo de migração tecnológica o governo moçambicano não tenha ainda
informado o público sobre como é que irá garantir que a migração tecnológica não

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BARÓMETRO AFRICANO DA MEDIA MOÇAMBIQUE 2011

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