PORTUGUESE VERSION ,QWURGXomR Em 2012, o panorama político angolano foi dominado quase que em absoluto pela preparação e organização das primeiras eleições gerais do país ao abrigo da nova Constituição aprovada em 2010. Para a comunicação social, a realização das eleições foi um importante teste à sua credibilidade, com resultados que estiveram muito longe de merecer o consenso, mas em geral uma nota negativa atribuída ao desempenho da comunicação social pública por parcialidade e falta de isenção. 3DQRUDPD3ROtWLFR De acordo com a nova a Constituição – boicotada pela UNITA, o maior partido da oposição – deixou de haver eleições presidenciais e legislativas realizadas separadamente, para em seu lugar surgirem as eleições gerais que, de uma só vez, elegem os membros da Assembleia Nacional (parlamento unicameral) e – indirectamente – o Presidente da República. Em matéria de sistema político, o novo e controverso modelo constitucional angolano na avaliação dos seus críticos foi desenhado exclusivamente para servir os interesses da continuação e eternização no poder do Presidente José Eduardo dos Santos (JES) e do MPLA, que governam o país há mais de 37 anos, isto é, desde que Angola se tornou independente a 11 de Novembro de 1975. Foi assim adoptado como recurso principal do escrutínio a lista única por partido concorrente, sendo os dois primeiros nomes de cada lista os nomes dos candidatos à presidência e à vicepresidência da república, enquanto os restantes integrantes concorrem aos 230 lugares disponíveis no parlamento. O sistema permite que mesmo com uma percentagem eleitoral abaixo dos 50%, os candidatos e o respectivo partido mais votado sejam proclamados vencedores sem necessidade de uma segunda volta. O MPLA venceu com mais de 70% as eleições realizadas em Agosto de 2012, o que corresponde a uma maioria qualificada que permite governar o país sem qualquer tipo de dificuldade política. A UNITA que teve uma melhor classificação em relação ao anterior pleito de 2008, contestou em toda a linha os resultados proclamados oficialmente, acusando o Governo de ter promovido e organizado uma ampla fraude eleitoral. Mesmo depois de todos os recursos interpostos ao nível do contencioso eleitoral terem sido indeferidos pelas instâncias competentes, com destaque para o Tribunal Constitucional, a UNITA anunciou que ia recorrer à justiça penal, com o lançamento de processos de responsabilização criminal. A UNITA concluiu que se estava diante de uma conspiração de natureza criminosa contra o Estado de Direito, decidida e executada ao mais alto nível do Governo sob o comando de José Eduardo dos Santos. Apesar de toda esta contestação que 6R7KLVLV'HPRFUDF\"