Beirão e o escritor Domingos da
Cruz e Nito Alves, que já tinham
tido um encontro com a justiça
dois anos antes, por imprimir 20
T-shirts com slogans políticos.
Foram acusados de actos de rebelião, planeamento de desobediência civil em grande escala na
capital e produção de passaportes
falsos, entre outras acusações.
Foram formalmente acusados a 16
de Setembro de 2015 de preparar
uma “rebelião e uma tentativa de
golpe” contra o presidente. A Amnistia Internacional descreveu a
sua detenção como uma “paródia
da justiça”. Beirão e vários outros
começaram uma greve de fome
para protestar contra a sua detenção. Beirão manteve a greve de
fome por 36 dias. Foi condenado
a uma pena de cinco anos e meio
por “rebelião contra o presidente
da República, associação criminosa e falsificação de documentos”.
O activista Domingos da Cruz,
apontado como o líder do grupo,
foi condenado a uma pena de oito
anos e meio por planear um golpe
e por associação criminosa.
Imediatamente após as condenações, os advogados dos activistas interpuseram dois recursos
– no Tribunal Supremo e no Tribunal Constitucional. Também
interpuseram recurso de habeas
corpus, que foi proferido pelo Supremo Tribunal em 29 de Junho. A
Tribunal ordenou a liberação condicional dos 17 activistas aguardando uma decisão final.

punidos por criticar os procedimentos durante o julgamento.

20 de Julho

8 de Novembro

A 20 de Julho, a Assembleia Nacional aprovou uma lei de amnistia relativa a crimes cometidos
até 11 de Novembro de 2015,
incluindo os relacionados com o
caso “17 Activistas”. Alguns dos
17 declararam que, como não
haviam cometido nenhum crime,
não queriam beneficiar da amnistia. Dois jovens activistas foram

13 de Março

A Amnistia Internacional Portugal apresentou uma petição à
embaixada angolana em Lisboa,
exigindo das autoridades uma garantia de julgamento justo do activista e jornalista angolano Rafael
Marques de Morais. Em Maio de
2015, Marques foi condenado a
seis anos de prisão, suspenso por
dois anos, por difamação contra
12 pessoas, incluindo generais nas
forças armadas angolanas, no livro
Diamantes de Sangue: Corrupção
e Tortura em Angola. Marques
alegou que estes, e os directores
da Sociedade Mineira do Cuango
eram responsáveis por assassinatos, tortura e apropriação de
terras nas regiões diamantíferas.
“Queremos que o governo angolano comece a respeitar, ou pelo
menos demonstrar que respeita
os direitos humanos. Queremos
essa visibilidade do respeito pelos direitos humanos”, afirmou
Susana Gaspar, presidente da Amnistia Internacional em Portugal.
Quase 40.000 pessoas assinaram
a petição da Amnistia em nome
de Marques. Desde o seu primeiro
choque com a lei em 1999, Rafael
Marques já enfrentou um dilúvio
de processos judiciais, a maioria
por alegada difamação, decorrentes de denúncias de actos de
corrupção e afins, envolvendo altas figuras governamentais.

O secretário-geral da Amnistia
Internacional, Salil Shetty, declarou em Novembro que a organização estava extremamente
preocupada com a liberdade de
imprensa e a situação dos jornalistas em Angola, Moçambique
e Guiné Equatorial. Shetty disse
que a Amnistia estava de olho
em Angola, especificamente em

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