Violações & vitórias em Angola em 2016
3 de Maio

A 3 de Maio, por ocasião da
comemoração do Dia Mundial
da Liberdade de Imprensa, num
breve inquérito realizado entre
jornalistas de órgãos estatais, a
maioria dos participantes considerou que existe liberdade de imprensa em Angola. A situação é
bastante diferente entre os jornalistas da imprensa privada, que em
Abril foram acusados pelo Jornal
de Angola de serem porta-vozes
da oposição.

18 de Janeiro

Um relatório sobre a situação da
comunicação social em Angola
seria incompleto sem mencionar o
activista, defensor dos direitos humanos e jornalista Rafael Marques
de Morais, o inimigo de longa
data do governo angolano. Rafael
Marques apresentou uma queixa
contra o governador da província
de Cuanza Sul, general Eusébio de
Brito Teixeira, por alegada expropriação e apropriação de terrenos
que o próprio general Eusébio
Brito atribuiu a uma empresa de
que é sócio. De acordo com a participação criminal apresentada ao
Ministério Público, o General Brito
Teixeira chegou mesmo a escrever
um requerimento ao governador
da província de Cuanza Sul - isto
é, a si mesmo – para a legalização
de uma parcela de terra destinada
à construção de um condomínio.

8 de Fevereiro

Em Fevereiro, Manuel Chivonde
Nito Alves, activista de direitos
humanos e defensor da democracia, foi acusado de injúria aos
magistrados e submetido a um
julgamento sumário, no âmbito do
julgamento contra os 17 activistas
angolanos. No dia 8 de Fevereiro

o pai do activista Manuel Chivonde Nito Alves era um dos declarantes. Durante o interrogatório
do pai, Nito disse em voz alta:
“Não temo pela minha vida, este
julgamento é uma palhaçada”.
O enunciado levou o Ministério
Público a mover um processo pelo
crime de injúria aos magistrados.
Foi condenado sumariamente a
seis meses de prisão efectiva na
cadeia de Viana.

28 de Março

As mesmas palavras foram pronunciadas no tribunal em 28 de
Março por outro jovem activista,
Francisco Mapanda (também conhecido como Dago Nível Intelecto). Também foi condenado pelo
crime de injúria e condenado a
oito meses de prisão. A 5 de Julho,
o Tribunal Constitucional decidiu
que o julgamento tinha violado alguns dos seus direitos constitucionais e ordenou a sua libertação.
Foi libertado em 21 de Novembro,
sete dias antes do previsto.

28 de Março

Os “17 Activistas” foram condenados por “actos preparatórios de
rebelião” e “conspiração criminosa”. Foram condenados a penas
de prisão que variam de dois anos
e três meses a oito anos e meio,
multados em 50 mil kwanzas (US
$ 300) por custas judiciais. Quinze
destes foram detidos em Junho de
2015 em Luanda, depois de uma
leitura de uma adaptação do livro
de 1993 do académico americano
Gene Sharp, “From Dictatorship to
Democracy: A Conceptual Framework for Liberation”. A capa do
livro descreve-o como “um modelo para a resistência não-violenta a
regimes repressivos”. Outras duas
pessoas foram detidas mais tarde.
Entre os 17 estavam o rapper Luaty

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