É

vastamente evidente que relativamente ao tema género, os mídias da África Austral precisam
de trabalhar arduamente para desempenharem as suas funções como instrumento educativo.

Desde 1995, o Projecto Internacional de Monitoria dos Mídias (GMMP) realizou monitoria da
representação do género em notícias de forma sistemática durante cinco anos. Num dia
específico, os países do mundo avaliam as suas emissoras de rádio, televisão e a imprensa
escrita para determinarem o nível de insensibilidade do género nas notícias.
Como fonte de informação principal, os mídias noticiosos são considerados como reflectores
do ponto de vista dos cidadãos em todo mundo. Contudo, se os acontecimentos em África
forem ignorados agora, durará um outro século para incutir os valores de igualdade no género
em África e no mundo em geral.

Poucas mudanças
Conforme confirmado pelo levantamento do GMMP realizado no dia 16 Fevereiro 2005,
somente 19 por cento dos agentes noticiosos do continente Africano eram mulheres, em
comparação com 81 por cento de homens. Contudo, registou-se melhorias relativamente a 17
por cento de representação das mulheres há cinco anos atrás. Desde modo, durante cinco anos,
o continente Africano registou um aumento de somente 2 por cento, relativamente aos agentes
noticiosos femininos.
O Médio Oriente tem uma representação femenina prior relativamente a África, tendo somente
15 por cento de agentes noticiosos de acordo o levantamento de 2005. As regiões com índices
mais elevados são América do Norte e o Pacífico, ambas com 26 por cento cada.
Todas estas cifras se enquadram muito abaixo do alvo de representação de 50 por cento por
cada género, que as organizações dos direitos humanos das mulheres estão a tentar atingir.
Contudo, registou-se um aumento considerável nas percentagens de agentes noticiosos
femininos.
Em 2005, registou-se um aumento para 21 por cento, um cifra baixa, mas significativa. O
objectivo geral da GMMP é mudar os moldes habituais de representação do género que
acompanhamos nos noticiários.
O Estudo de Género e da Linha de base (GMBS) realizado em 2003, pelo Genderlinks e pelo
Instituto dos Mídias da África Austral (MISA) foi grandemente reforçado pelas últimas
constatações do GMMP conforme a consideração de África.
O GMBS concentrou-se em 12 países da região da SADC. Em Setembro 2003, o estudo
constatou que “a igualdade de oportunidade” ainda está longe de ser traduzida em “igualdade
de resultados” entre os homens e mulheres na região, sobretudo nos estudios noticiosos. Depois
de um período de dois anos, a GMMP 2005 apresentou resultados similares. Deve-se levar em
consideração a confirmação que houve uma ligeira mudança. Notavelmente, esta mudança
parece estar a manifestar-se no aumento do número de repórteres femininos ao em vez de
editores femininos que possam ajudar a influenciar as notícias.
De acordo ao estudo de GMBS, “os mídias geralmente fizeram mais parte do problema do que
da solução.” Muitos acreditam que na Plataforma de Beijing para Acção, os mídias deveriam
fazer parte das cincos áreas prioritárias, ao em vez de serem colocados em décimo lugar. Quinze
anos depois da realização da Conferência Internacional de Beijing sobre as Mulheres, os órgãos
dos mídias na região da SADC e do resto do mundo estão a lutar para balancear os seus
So This Is Democracy? 2005

-23-

Media Institute of Southern Africa

Select target paragraph3