Q uando o ano de 2005 chegava ao fim, o governo do Zimbabué, apesar do aumento do seu estatuto de paria, causado pelos atropelos dos direitos humanos, demonstrou a sua paranóia, intolerância, desdenho total e ódio contra os ponto de vista opostos, ao confiscar o passaporte do editor Zimbabueano Trevor Ncube, ao prender os funcionários da Voice of the People Communications (VOP) e ao confiscar os equipamentos da mesma organização. Os agentes da imigração em Bulawayo, confiscaram o passaporte de Ncube à 8 Dezembro de 2005, aquando da sua chegada da África do Sul, onde também é editor do semanário Mail e Guardian. Não lhe foi apresentado qualquer outro motivo por esta acção ilegal, excepto que Ncube que também é o Presidente da Zimind, editores dos semanários Zimbabué Independente e Zimbabué Standard, estava na lista de cidadãos do Zimbabué cujos passaportes deveriam ser confiscados. Sob a Lei de Emenda Constitucional draconiana acto (No 17), o governo tem poderes de confiscar passaportes de cidadãos que aperigam “os interesses nacionais” durante as suas viagens no estrangeiro. O passaporte de Ncube foi posteriormente devolvido depois do Gabinete do Procurador-geral ter avaliado que o confisco do passaporte ter sido ilegal, em sequência de uma aplicação urgente ao Tribunal da Câmara Alta, através da qual o editor argumentou que esta acção constitui uma violação os seus direitos básicos de liberdade. Para além deste embaraço, que mereceu críticas e condenação a nível internacional, sensivelmente uma semana depois, o governo atacou os escritórios da estacão de Rádio VOP. A polícia atacou os escritórios da VOP em Harare à 15 Dezembro e prendeu três funcionários da VOP nomeadamente, Nyasha Bosha, Maria Nyanyiwa e Kundai Mugwanda tendo ainda confiscado os equipamentos como computadores e ficheiros de administração. Os três jornalistas ficaram detidos durante quatro noites na Prisão Central de Harare, tendo sido soltos posteriormente sem qualquer acusação formal. Durante o ataque que subsequentemente levou ao aprisionamento do director do VOP, John Masuku, a polícia isolou as instalações do escritório, revistou o edifício com detectores de metais, certamente a procura de transmissores de radiodifusão. Os escritórios da VOP foram bombardeados no dia 29 Agosto 2002, durante o qual propriedades avaliadas em milhões foi destruída. Estas medidas são as mais antítese para um um governo que pretende consolidar a democracia e edificar um estado competente, que promove o acesso à informação, oportunidades socio-económica e políticas. Importa referir o facto de que estas acções descaradas contra a liberdade humana e direitos básicos, surgiram no ano em que o Zimbabué realizou as suas eleições legislativas. Um ano de eleições gera muito entusiasmo e expectativas em termos socio-económicos e político para qualquer país, porque concede oportunidades para mudanças e renovação da liderança e políticas macroeconómicas, que estruturam e definem o futuro de uma dada nação. O Zimbabué, está a enfrentar uma crise económica e política desde 1998, caracterizada por elevada-inflação e um rendimento cada vez mais baixo O Zimbabué realizou a sua sexta eleição legislativa em Março 2005. So This Is Democracy? 2005 -148- Media Institute of Southern Africa