SECTOR 4

“O problema é que somos todos dependentes em todos os sectores” , disseram os
participantes. Os bancos poderiam contribuir melhor para a liberdade de expressão,
através da facilitação do crédito, o que deixaria os jornalistas mais independentes.
Mas encontrando-se todos eles nas mãos de pessoas influentes e ligadas ao poder,
significa que qualquer jornalista que seja crítico poderá ver as suas possibilidades
de acesso ao crédito decapitadas. O medo de represálias, geralmente de natureza
económica, é o principal factor que influencia a auto-censura. E não são só os
jornalistas que praticam a auto-censura; é um problema que atinge quase todas as
profissões e sectores da sociedade, incluindo os juristas.

Scores:
Pontuação individual:
1

O país não atinge o indicador

2

O país atinge minimamente os aspectos do indicador

3

O país atinge alguns aspectos do indicador

4

O país atinge maior parte dos aspectos do indicador

5

O país atinge todos os aspectos do indicador

Média:		

1.0

4.6
Proprietários dos principais órgãos do sector
privado não interferem com a independência editorial.
Antes não interferiam. Agora nota-se uma crescente interferência editorial
directa por parte dos proprietários. Questões económicas ditam esta tendência.
Foi dado o exemplo do jornal “O País”, que publicou uma informação sobre a
incompatibilidade do Procurador Geral da República, que também exercia um
cargo executivo numa firma de advogados, onde recebia uma remuneração mensal
de 7 mil dólares. O proprietário não gostou o facto do seu jornal ter abordado
o assunto, e assim demitiu o director. Um factor que tem a ver com a crescente
interferência por parte dos proprietários é que enquanto que no passado estes eram
jornalistas, hoje já não acontece o mesmo, havendo indivíduos (não indentificados
por nome) com grande influência política e económica, que estão a comprar os
jornais privados.

BARÓMETRO AFRICANO DA MEDIA ANGOLA 2010

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