State of the media in Southern Africa - 2003

Lesotho
THABO MOTLAMELLE
Thabo Motlamelle é um jurista que se tornou jornalista com longa experiência nos mídia de
Lesotho e a nível regional e internacional. Trabalhou para a BBC, Rádio France Internacional,
The Star News Service,Ttimes of Swaziland e Public Eye. Presentemente, dirige uma firma de
consultoria dos mídia no Lesotho.

D

esde o advento da lei democrática em 1993, os órgãos de comunicação social do Lesotho
têm operado sob um sistema constitucional relativamente livre, que garante uma
protecção geral da liberdade de expressão a todos os cidadãos. O quadro legal deixa,
contudo, muito a desejar. Existem ainda muitas leis para os mídia hostis nos códigos de leis
dimanadas do Parlamento que clamam pela sua rejeição. Entre elas inclui-se a Proclamação de
Sedição de 1937 e a Acta de Segurança Interna de 1984, entre outras. O Governo tem ainda que
promover activamente um quadro legislativo e político para os mídia que seja amigável, através
da promulgação de leis dos mídia amigáveis, tais como a lei de Liberdade de Informação
(FOI) e a introdução de uma política dos mídia totalmente inclusiva.
Lá para finais de 2003, o Secretário Principal junto do Ministério das Comunicações, Tseliso
Mokela, prometeu no primeiro Forum de Editores que, o Acesso e a confirmação de recepção
da Proposta de Lei da Informação, elaborada em 2000, pela Comissão de Revisão da lei, poderia
finalmente ver chegado o seu dia no parlamento, em princípios de 2004. Os editores gostariam,
contudo, de sujeitar a legislação a uma análise dos Preceitos do Artigo XIX em que a Legislação
da Liberdade de Informação deve conter, antes da sua passagem para o Parlamento.
Mau grado a promessa, o relacionamento entre o governo e os mídia independentes privados
continua inquietante. Funcionários seniores do governo, especialmente ministros rotineiramente
evitam entrevistas e comunicações telefónicas pela rádio com órgãos de informação privados.
Os mídia também habilmente evitam a confrontação com funcionários estatais, fazendo vista
grossa a muitos incidentes de corrupção dentro da máquina do Estado, com medo de represálias,
através da retirada da publicidade governamental, que constitui a base de sustento da maioria
dos órgãos de comunicação social.
O resultado tem sido a “não perseguição directa por parte do governo, incluindo ameaças,
injúrias as pessoas, assassinatos, legislação restritiva, expulsão e/ou exclusão do país ou censura”
referida no Setsabi Setsabi em 2001. Assim é a Democracia.
Os mídias do Lesotho financeiramente fracos têm contudo, enfrentado algumas destas ameaças
de diferentes quadrantes, que têm surgido em forma de uma litaia de casos de difamação instituída
por individualidades privadas e figuras políticas, dentro e fora do governo. Desde que a rádio
MoAfrika esteve quase na iminência de fechar por alegada mal sucedida resposta ao Rand 167
000-00 devida a Moeketsi Sello, como compensação por danos compensatórios e punitivos por
difamação, numerosos queixosos instituíram casos de difamação contra os mídia.
Uma tentativa de silenciar a rádio MoAfrika, através da emissão de um mandado judicial de
execução em nome de Sello apareceu em Maio de 2003, a despeito do facto de Sello ter logrado
levar a julgamento o jornal MoAfrica, propriedade do CR Comunicações (Pty) Ltd, e não a
rádio MoAfrika, propriedade do Movimento Evangélico do Terceiro Mundo para os Direitos
Humanos e Democracia, uma ONG registrada.
So This Is Democracy? 2003

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Media Institute of Southern Africa

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