As partes do acordo concordaram num rápido processamento de pedidos de reinscrição e
inscrição em termos da Lei dos Serviços de Rádio e Televisão (BSA) e AIPPA.
Sendo assim, apenas se pode supor que há uma absoluta falta de vontade política de abrir o
panorama dos media e proporcionar uma concorrência ao The Herald and The Chronicles dando
desse modo uma diversidade de opiniões alternativas ao público leitor, ouvinte e teleespectador.
Enquanto os semanários independentes – The Standard, The Zimbabwe Independent and
The Financial Gazzett – ainda se mantêm firmes, eles são constrangidos por uma circulação
limitada, redução aguda de imprensão de jornais, proibição da produção e custos de transporte
agudizados pelo ambiente hiperinflacionário.
Os poucos zimbabweanos que têm acesso à internet contam com publicações on-line tais como
Zimonline, Zimbabwe Times, Zimdaily and NewZimbabwe, num país que ainda está para emitir
licensas às radios comunitárias não obstante os problemas sérios de rede de telefonia móvel e fixa
que têm impacto negativo sobre a livre troca de informação e ideias sobre questões nacionais.

Perspectivas para 2009
A probabilidade de uma mudança significativa para o panorama dos media, parece pequena
salvo se for encontrada uma solução política ao actual impasse.
O governo irá indubitavelmente proceder ao estabelecimento de um Conselho dos Meios de
Comunicação Social, designado pelo legalmente estatuído ZMC e presidido pelo membro da
mesma Comissão.
Este processo vai ao encontro da Declaração de Banjul sobre os Princípios da Liberdade de
Expressão em África, que diz claramente: a regulamentação própria é o melhor sistema para
instilar o professionalismo no seio dos media.
Foi perante este cenário que os delegados para a conferência da reforma legal dos media,
convocada pela Aliança dos Meios de Comunicação Social do Zimbabwe (MAZ) em Harare
de 4 a 5 de Dezembro de 2008 repudiou o ZMC, afirmando que não iriam tolerá-la, nem
aceitar convites para ocupar nenhum cargo no legalmente instituído Conselho dos Meios de
Comunicação Social.
Os media independentes, livre e pluralista podem efectivamente jogar o seu papel no processo
democrático informando sobre a reconciliação e reconstrução nacionais. O efeito Dominó
resultante é de que havendo investidores nos sectores da imprensa e de Rádio e Televisão serlhes-à garantidos segurança sobre o seu investimento conquanto o potencial para o emprego
e crescimento económico.
Por meio da disposição de uma lei constitucional que protege a liberdade dos medias estes
poderão se fixar firmemente, de modo a levar a cabo responsabilidades e obrigações éticas de
informar os cidadãos sem medo de cair nas malhas da AIPPA, POSA, BSA, a Lei Criminal
(Codificação e Reforma), a Lei da Interceptação das Comunicações (ICA) e quaisquer outras
leis que tencionam abolir a liberdade dos media e a liberdade de expressão, associação e reunião.

So This Is Democracy? 2008

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Media Institute of Southern Africa

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