a liberdade de expressão e associação. O Procurador-geral ameaçou os Media com detenções
se eles fossem vistos a apoiar supostos “terroristas” na sua reportagem.
A Suazilândia adoptou recentemente uma lei anti-terrorista como é o caso da Lei da Supressão do
Terrorismo em 2008. As autoridades tradicionais também fizeram claramente a sua transgressão
contra os Media a julgar pelos pronunciamentos descuidados feitos pelo governo tradicional,
Jim Gama, apelidado como sendo o tradicional Primeiro-ministro. Ele disse, “jornalistas injuriosos devem ser punidos usando ‘Umphini’”, que é a forma tradicional de pena de morte.

Situação da Rádio e Televisão e Telecomunicações
O governo finalmente tomou a decisão de libertar os meios de comunicação social, o que é
um passo de louvar, mas as licenças ainda não são concedidas por um regulador independente. A Sociedade dos Correios e Telecomunicações da Suazilândia (SPTC) e a Autoridade da
Televisão da Suazilândia (STVA) ainda são reguladores dos diferentes meios de comunicação
social. Contudo, iniciativas para rever estas anomalias estão em curso. O Ante-Projecto de Lei
de Transmissão de 2007 que revoga a Lei STVA de 1983 e procura estabelecer um regulador
independente e o Ante-Projecto de Lei da Rádio e Televisão Públicas de 2007 que pretende
transformar as Rádios e Televisões Estatais em Rádios e Televisões públicas estão num estágio
avançado.

Situação da Imprensa Escrita
Ainda continua a existir falta de diversidade com o Times of Swaziland ainda a dominar a
imprensa privada. O Swazi Observer também está a gozar de uma considerável circulação,
pese embora a sua ligação com a entidade real Tibiyo TakaNgwane. A revista Nation conta
com uma vasta audiência, contudo, o seu exercício de jornalismo crítico tem lhe enchido de
processos judiciais capazes de a mancharem. Outras estão a tentar manterem-se a boiar, como
é o caso da revista juvenil Connexion. Comentadores dizem que o governo controla os Media
s indirectamente através do poder da publicidade, uma vez que é o único maior anunciante,
sendo a publicidade a maior fonte fiável de rendimento para a imprensa escrita.
De uma maneira geral, a imprensa escrita em 2008 foi de todo informativo e provocou muitas
questões que eram do interesse público, que em contra partida tenderam em provocar aborrecimento e retaliação a partir de certos quadrantes. Daí que contenciosos civis contra jornalistas e
instituições de comunicação social por parte dos funcionários públicos aumentaram. A revista
Nation teve o pior destino, com três processos criminais, que atingem milhões com a revindicação ainda pendente no tribunal.

Perspectivas para 2009
Sem uma Suazilândia democrática, não seria realístico esperar mudanças que pudessem satisfazer os princípios básicos de liberdade de expressão e dos Media. A contínua pressão para uma
ordenação democrática está a aborrecer o governo, reflectido na pancada que dá jornalistas de
cada vez. As violações aos Media são daí tendentes a aumentar à medida que o governo sente
a pressão para uma mudança. Obviamente, os dois anos em que a Constituição tem estado a
vigorar ainda não tiveram impacto para rapidamente rever a lei e criar um ambiente favorável
para os Media.

So This Is Democracy? 2008

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Media Institute of Southern Africa

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