SECTOR 4 4.5 Jornalistas e respectivos órgãos de comunicação social possuem integridade e não são corruptos Seguindo a análise do painel, há problemas de integridade e de corrupção no seio da classe dos profissionais de comunicação social. Há editores e jornalistas que até parecem estar lá mais para agendas estranhas ao jornalismo. Às vezes, o jornalista como tal nem é parte do problema, mas na ´superstrutura´ há problemas sérios. O problema de crise de integridade leva, às vezes, à ´fabricação´ de fontes de informação, o que causa sérios riscos reputacionais à profissão de jornalista. Não poucas vezes, não há seguimento das matérias por conta de interferências externas, quase sempre patrocinadas internamente por quem deveria proteger os valores da profissão e os próprios profissionais sob sua alçada. Outro problema de fundo, segundo o painel, é a crescente confusão entre jornalistas,(apresentadores) e adidos de imprensa, bem assim entre dimensão editorial e comercial dos órgãos de comunicação social. Alguns Memorandos de Entendimento (MdE) assinados pelas empresas jornalísticas são a mais alta expressão dessa situação, mas têm como razão de fundo a própria sobrevivência da empresa. Ou seja, há um sério dilema no âmago desta questão. Pontuação: Pontuação individual: 1 O país não atinge o indicador 2 O país atinge minimamente os aspectos do indicador 3 O país atinge alguns aspectos do indicador 4 O país atinge maior parte dos aspectos do indicador 5 O país atinge todos os aspectos do indicador Média: Pontuação dos anos anteriores: ✓ ✓ ✓ ✓ ✓✓ ✓✓ ✓✓ 2.0 2005 - n/a; 2007 - n/a; 2009 - 2.5; 2011 - 2.6; 2014 - 1.9 4.6 Jornalistas e editores não praticam a auto-censura na radiodifusão privada e nos jornais privados/ independentes Há, sim, prática de auto-censura no seio da radiodifusão privada e dos jornais privados/independentes, avalia o painel. Uma das explicações dessa situação é o medo prevalecente, de certa forma, na sociedade como um todo. Nalguns casos, a auto-censura é comercialmente motivada, sendo os editores, sobretudo, profundos conhecedores da economia política da sobrevivência das empresas de comunicação social para as quais trabalham. 48 BARÓMETRO AFRICANO DOS MEDIA MOÇAMBIQUE 2018