ANÁLISE: O problema da auto-censura vem ensombrando a Comunicação Social Cabo Verdiana desde que ela existe como tal. E nem os ventos do multipartidarismo e da democracia conseguiram livrá-la dessa mancha. Ela vem relatada há mais de dez anos em todos os relatórios sobre direitos humanos do Departamento de Estado dos EUA, é sempre o senão às notas muito positivas recebidas pelo país nos últimos cinco anos pela Freedoom House, e nunca deixou de constar dos reltórios da RSF. Não há razões plausíveis para a existência da autocensura em Cabo Verde, um país considerado entre os mais democráticos e livres do mundo. Porém, a auto-censura pode ser produto de pressões de vária natureza, incluindo a económica, que são exercidas sobre os jornalistas. Desde 2000 que nenhum jornalista foi levado ao tribunal pelo Governo, e não há nenhuma informação de algum jornalista ter sido nos últimos anos sido despedido por ter exercido a sua liberdade de consciência, contrariamente ao que chegou a acontecer nos anos 90. os participantes aventaram a possibilidade de a censura ser também resultado do facto de que em muitos casos, os jornalistas estão ligados aos seus órgãos de informação através de contratos por tempo determinado, o que poderá causar uma certa insegurança em não tocar assuntos que possam pôr em causa os interesses do patronato. Pontuação Individual: 2, 2, 2, 2, 2, 2, 2, 2, 3 Pontuação Média: 2.1 4.7 Os proprietários da comunicação social privada não interferem independência editorial com a De uma maneira geral os proprietários andam muito afastados das redacções. Há casos de proprietários que investem, mas que nunca se preocupam em acompanhar a evolução dos seus próprios órgãos de informação. Isto pode encontrar explicação na codição deficitária em que vive a maioria das empresas de comunicação social em Cabo Verde, o que as torna menos atractivas para os seus próprios proprietários. Isto em parte pode ser bom, tendo em conta que pode contribuir para que os jornalistas funcionem num ambiente de ausência de interferência proprietária, mas o lado negativo é que se a atitude for de os proprietários não darem importância às suas empresas por serem deficitárias, as consequências poderão ser graves a longo prazo, na ausência de novos investimentos necessários para o desenvolvimento do sector da comunicação social no país. Pontuação Individual: 4, 3, 4, 4, 5, 4, 4, 3, 4 Pontuação Média: 3. 8 22