SETOR 2

2.11 O País está dotado de uma coerente política de
Tecnologias de Informação e de Comunicação (TIC) e/
ou o governo implementa medidas promocionais, que
visem ir de encontro com as necessidades de informação de todos os cidadãos, incluindo comunidades
marginalizadas.
O país tem uma política, que até pode ser boa. Mas a sua implementação parece
não estar a ser feita a contento. Existem, por exemplo, Centros Multimedia
Comunitários (CMCs) que foram estabelecidos no quadro da política das TICs,
com o que emerge, um pouco por todo o país, a cívica figura de cidadão-repórter.
E pelo menos um parque tecnológico (o de Maluana, no distrito da Manhiça,
província do Maputo) foi estabelecido nos últimos anos.
Mas o nível de penetração das TICs pelo país ainda não é dos melhores. O facto
de a defesa do consumidor ser algo problemático, ou que se encontra num nível
muito fraco continua a ser preocupante. Existem algumas associações que disso
se ocupam, pelo menos formalmente, mas o seu trabalho é muito modesto. A
aprovação, em 2009, da Lei de Defesa do Consumidor, quase em nada ajudou a
melhorar o cenário.
No tocante à migração digital – do analógico para o digital – as coisas parecem
estar às avessas, pelo menos em termos de comunicação pública. Em meados
de 2015, se deverá dar o switch-off acordado ao nível da União Internacional
das Telecomunicações (UIT), de que Moçambique é parte, mas nada indicia que
a transição será pacífica em Moçambique. Para além das questões de acesso
à informação sobre o processo e de falta de cumprimento dos prazos, muito
lixo electrónico está a ser trazido doutros países para Moçambique; e, com a
migração, tando mais lixo se achará disponível.
Acresce-se a isso as questões de custos de conversores de sinal cuja politica de
acesso e comercialização ainda não é publicamente conhecida, para além de a
sua média de venda no mercado poder acima da capacidade de muitos cidadãos.

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BARÓMETRO AFRICANO DA MEDIA MOÇAMBIQUE 2014

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