Estes desenvolvimentos não estiveram limitados somente à Imprensa escrita. Inúmeros
jornalistas e emissores, foram desvinculados da então Corporação de Radiodifusão do Zimbabué,
actualmente Holdings de Radiodifusão do Zimbabué (ZBH) e, substituídos por jornalistas
juniores seleccionados pelo então Ministro da Informação e Publicidade, Professor Jonathan
Moyo.
Os jornalistas e emissores desvinculados e os demais trabalhadores ainda não receberam os
seus subsídios de desvinculação, três anos depois da desvinculação3. Isto faz com que o grosso
destes trabalhadores desvinculados, tenha que basicamente sobreviver sem qualquer rendimento.
Alguns deles mudaram-se para África o Sul, Reino Unidos e Estados Unidos.
Este facto causou que a única emissora pública do país fosse gerida por funcionários com
inexperiência comprovada, pela fraca qualidade das notícias e grelha de programação.
Relativamente aquelas que ainda trabalham no ZBH, eles têm de fazer jogos de cintura para
substititem com os salários atrasados.
Somente este facto, descreve as dificuldades e o sofrimento de trabalho para os mídias privados
controlados pelo governo do Zimbabué. Não existe garantias de segurança do mandato, de
repente pode ser preso ou perder o emprego, porque os jornais independentes estão sempre sob
o risco de encerramento.
Os jornalistas que trabalham para a imprensa independente foram várias vezes chamados de
agentes do imperialismo, traidores, inimigos do Estados e cães fraldeiros da Inglaterra, antigo
colonizador, prontos para descarrilarem o programa de reformas de terra. Estes ataques verbais,
demonstram o contexto dos níveis de intolerância a liberdade dos mídias e de expressão por
parte do governo.
Muito recentemente à 03 Novembro de 2005, o jornal Herald, pertencente ao governo publicou
um artigo cheio de causticidade e linguagem contra o jornalista veterano John Matinde e Brenda
Moyo, as jornalistas Sandra Nyaira, Tichaona Sibanda e Blessing Zulu. Estes profissionais dos
mídias exilados, foram chamados de “palhaços e traidores” determinados a promoverem a
agenda da propaganda dos imperialistas no ocidentes.
Por exemplo, o encontro organizado pelo MISA-Zimbabué sob a Iniciativa da Rádio Comunitária
em Dete Norte de Matabeleland, foi cancelado porque o conselheiro do Zanu PF, Thembinkosi
Sibanda, alegou que os organizadores não obtiveram autorização da polícia, em conformidade
com a Lei de Ordem pública e de Segurança (POSA). O encontro público foi assistido por
cerca de 1000 pessoas, estava marcado para 7 Outubro de 2005 no salão de Dete, para informar
os residentes sobre as Iniciativas da Rádio Comunitária e o conceito de estações de rádio
comunitárias.
Nesta base de intolerância que pelo menos 90 jornalistas do Zimbabué, incluindo vários
jornalistas proeminentes da nação asilaram na África do Sul, Namíbia, Reino Unido e nos
Estados Unidos.
O desemprego, a violência política e abusos dos direitos humanos agravaram o índice de
emigração dos jornalistas do Zimbabué desde 1990, constituindo cerca de quatro milhões de
Zimbabueanos actualmente a viverem na diáspora, de acordo com um estudo divulgado em
2005, pela Organização Internacional dos Assuntos Migratórios4.

A Imprensa escrita
Leis Criminais (Codificação e Reformas)
So This Is Democracy? 2005

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Media Institute of Southern Africa

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