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ouve muito poucas mudanças relativamente aos mídias da Suazilândia durante 2005.
Contudo, durante o segundo semestre do ano, foi finalmente aprovada uma constituição
nacional ganha com muito sacrífício que contempla a Declaração de Direitos pelo parlamento
e foi aprovada pelo Rei Mswati III, a última monarquia absoluta da Africa sub-Sahariana.
Contudo, no decurso das comemorações nacionais da conclusão de um processo de reforma
constitucional que durou quase uma década, houve incertezas se a constituição entraria em
vigor imediatamente ou numa data posterior. Isto porque o Rei, depois da aprovação do
documento de 26 Julho 2005, disse que somente entraria em vigor depois de seis meses. Segundo
o Rei Mwati III, este período de seis meses servirá para criar um ambiente propício bem como
para concluir os acertos logísticos da implementação.

Será que o governo respeitará a constituição?
A determinação do início da constituição foi um teste de transparência para o governo
considerado de ter restaurado o estado de direito perante a crise que criou quando este recusou
respeitar e cumprir com duas ordens do Tribunal de Recuso em 2002.
Na primeira ordem, o Tribunal de Recursos ordenou que e as Infracções Sem Opções de Caução
era inválida e ordenou o governo a conceder caução aos suspeitos acusados nos termos desta
lei. Na segunda ordem, o Tribunal de Recursos decidiu a favor das famílias expulsas em 2000
por motivos políticos, para regressarem as suas residências nas áreas rurais de Macetjeni e
KaMkhweli. Em protesto da recusa do governo de respeitar estas ordens do tribunal, os juízes
do Tribunal de Recursos demitiram-se.
Apesar do governo, sob a liderança de um novo Primeiro-ministro pronunciou publicamente a
restauração do estado de direito em 2003, os julgamentos do Tribunal de Recurso permaneceram
estancionárias, o que criou muito cepticismo público se o governo respeitaria a constituição.

Os Mídias e a nova constituição
Para os mídias, a data de entrada em vigor da constituição era importante porque inclui dentre
outras, a lei de liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. A Constituição também
anulou 32 leis desfavoráveis aos mídias que eram contrárias aos direitos humanos fundamentais
e a liberdade conforme articulado na Declaração de Direitos. Mas como isto será traduzido na
realidade ainda tem de ser avaliado. Isto acontece em particular porque a nova constituição
também contempla a hegemonia política com o Rei a exercer a autoridade executiva, legislativa
e judicial.
Os peritos constitucionais já indicaram contradições na constituição, especialmente com relação
a Declaração de Direitos. Eles indicam que, enquanto contempla os direitos humanos
fundamentais e de liberdade, também os retira. Por exemplo, a constituição reconhece a liberdade
de associação, mas os partidos políticos são considerados como ilegais. Isto ficou comprovado
quando o governo recusou registar o Congresso Nacional Libertador de Ngwane, um dos
partidos políticos mais antigos dos pais, mas considerado como ilegal pela Proclamação do
Rei de 1973, que criminalizou todos direitos e liberdades.

O início de uma era constitucional
Depois de vários debates públicos e incertezas, a constituição finalmente entrou em vigor a 8
Fevereiro 2006. Contudo, espera-se que levará quase um ano para sentir-se o impacto. Certos
órgãos, tais como a Comissão sobre os Direitos Humanos e Função Pública levarão o mesmo
So This Is Democracy? 2005

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Media Institute of Southern Africa

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