por oficiais do partido e do governo que literalmente deprava a vida social em toda Angola. A cobertura das eleições não foi de forma alguma diferente, uma vez que a Televisão estatal demonstrou abertamente o seu apoio ao partido no poder, ao ponto de suspender o jornalista Ernesto Bartolomeu, o principal apresentador do noticiário do canal 1 da Televisão Pública de Angola (TPA) por alegada violação do regime de sigilo profissional que vigora na instituição e falta de fidelidade ao partido no poder. A entrada da nova rádio e do canal privado de televisão no Mercado da comunicação social, em nada vai mudar o espectro social em Angola, porque os interesses dos mesmos estão, de uma forma ou de outra, mais ligados a elite no poder. A diversidade da média é agora liderada por ganhos económicos, mesmo assim, ainda não é previsíveis mudanças editoriais nos órgãos de comunicação social controlados pelo governo. A Rádio Ecclessia continua a ser uma força na radiodifusão em Angola, tentando dar voz aos sectores abandonados pelos principais órgãos de comunicação social. Os jornalistas da Rádio Ecclessia continuam sendo hostilizados, torturados e tratados com suspeição, pelas forças de segurança. Estas forças que deviam garantir a segurança dos cidadãos e dos jornalistas que jogam um papel fundamental na manutenção da paz, democracia e bemestar social, continuam hostis a comunicação social privada. E pelo que tudo indica, não parece haver qualquer indício que visa mudar este cenário num futuro breve. O factor crítico é ainda a relação entre o governo, a comunicação social e a elite no poder, sem se esquecer da corrupção, o maior cancro do país. Não obstante as riquezas que o país desvende, maior parte da população continua extremamente pobre, continua sendo destituída de um local para o outro para dar lugar aos interesses dos famosos ricos e poderosos. Por reportar sobre estes casos de corrupção os jornalistas Graça Campos e William Tonet continuam enfrentando casos de difamação levantados pela elite. A elite no poder não perde tempo em defender-se contra as acusações de corrupção, recorrendo a medidas coercivas, o encarceramento dos jornalistas e reclamação em compensação somas de valores avultados por alegados danos. O processo de transformação da comunicação social em Angola requer aceleramento se, se espera que a mesma jogue um papel preponderante na reconstrução do país. Grande é a necessidade de se democratizar a Televisão Pública de Angola (TPA), actualmente controlada pelo governo e a promulgação de leis que garantem o acesso à informação. São louváveis os serviços que a Agência de Notícias Angolana (ANGOP), gerida pelo governo, tem prestado. Esta agência joga um papel importante na disseminação de informações sobre aspectos relacionados com o desenvolvimento, redução da pobreza, educação e saúde. A ANGOP tem vindo a redigir e disseminar artigos críticos. Todavia, a ANGOP ainda está limitada por ser propriedade de quem é. Com o país a tomar precauções na abertura do espaço democrático, argumenta como quase sempre que os efeitos da guerra civil não serão ultrapassados facilmente. Mas os criticos também argumentam que os interesses a longo termo dos Angolanos, só serão protegidos quando e se os cidadão tiverem maior liberdades e espaços para inteirarem-se com o governo e outros sectores da sociedade. Actualmente tudo continua na mesma em Luanda e no país. So This Is Democracy? 2008 -11- Media Institute of Southern Africa