SECTOR 1

esteja a caminhar em sentido contrário. No sobredito encontro, o PM precisou,
a dado passo: “O sector dos media enfrenta desafios relacionados com a
necessidade do exercício de um jornalismo baseado no respeito pelo rigor,
objectividade, isenção e observância da ética e deontologia profissional”.
Alguns meses antes do seminário de Novembro, em Julho de 2018, a
comunidade jornalística moçambicana foi surpreendida com a aprovação e
publicação de um novo diploma legal que se afigura atentatório à liberdade
de expressão e à liberdade de imprensa, e que foi aprovado sem nenhuma
participação pública. Trata-se do Decreto número 40/2018, de 23 de Julho,
através do qual são introduzidas exorbitantes taxas ao licenciamento de meios
de comunicação social e renovação de licenças (rádios comunitárias inclusas),
chegando, nalguns casos, os valores à cifra de MZN 2.500.000,00 (dois milhões
e quinhentos mil meticais). Taxas igualmente altas são introduzidas à acreditação
de correspondentes nacionais e estrangeiros de órgãos de comunicação social
estrangeiros, o que contraria as boas práticas internacionais. Oficialmente, o
referido decreto está em vigor desde 23 de Agosto de 2018, embora estejam a
decorrer esforços por parte de organizações que trabalham em prol da liberdade
de expressão, da liberdade de imprensa e do direito à informação no sentido de
o mesmo ser revogado, por manifesta desconformidade, alega-se, com a CRM.
Quando interpelado pelos media e sociedade civil que operam no sector dos
media a propósito desse diploma legal, a directora-geral do GABINFO, Emília
Moiane, referiu que o mesmo não seria implementado até que as ´zonas de
penúmbra sejam esclarecidas. Entretanto, o painel lembrou que formalmente,
tendo sido aprovado e publicado em Boletim da República, o Decreto 40/2018
está em vigor, podendo ser aplicado a qualquer momento.

Pontuação:
Pontuação individual:
1

O país não atinge o indicador

2

O país atinge minimamente os aspectos do indicador

3

O país atinge alguns aspectos do indicador

4

O país atinge maior parte dos aspectos do indicador

5

O país atinge todos os aspectos do indicador

Média:
Pontuação dos anos anteriores:

✓✓

✓✓✓

✓

✓

✓

✓✓✓

3.0
2005 - 2.6; 2007 - 4.7; 2009 - 3.6; 2011 - 3.1; 2014 - 4.1

1.2 A liberdade de expressão é praticada e os
cidadãos, incluindo os jornalistas, exercem os seus
direitos sem medo
O painel concluiu que, os cidadãos exercem, no geral, o seu direito fundamental
à liberdade de expressão, mas cada vez mais com medo. Um indicador

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BARÓMETRO AFRICANO DOS MEDIA MOÇAMBIQUE 2018

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