MOÇAMBIQUE

e de consulta de informação nas instituições. Os resultados
colhidos neste estudo poderão, por um lado, permitir ao
MISA desenhar estratégias de intervenção para assessoria na
implementação de LEDI, sobretudo a partir de aproveitamento
das forças e oportunidades existentes; por outro lado, ajudar
a todos os actores interessados a compreenderem o quadro
geral da implementação da LEDI em Moçambique.
Foram submetidas a avaliação dez (10) instituições, observando
um princípio de continuidade de algumas instituições avaliadas
no ano passado (2017) e algumas de 2016. A continuidade
para avaliação destas instituições permitiu seguir e analisar
o nível de aprendizagem, resultado não só da passagem do
tempo, mas também das intervenções do MISA-Moçambique.
Em alguns casos, por exemplo a Moçambique Celular, o MISAMoçambique tinha empreendido pressão junto à empresa em
resultado do estudo do ano passado. A avaliação baseou-se na
legislação moçambicana no que diz respeito a classificação de
informação e mais precisamente sobre o direito à informação.
O prazo de resposta, a classificação, a codificação bem como
a forma de partilha foram devidamente documentados nos
termos do quadro jurídico moçambicano.

Metodologia

Para a realização deste trabalho foram cruzados diversos
métodos aplicáveis em estudos sociais. Em primeiro lugar
fez-se uma análise documental concernente a gestão e
disponibilização da informação na administração pública
moçambicana. A partir desta revisão, o estudo delimitou
os parâmetros de avaliação de acesso à informação
especificamente para o caso moçambicano. Entre os
parâmetros constam o tempo de resposta, os procedimentos
de classificação e arquivamento da informação.
Foram, posteriormente, seleccionadas e submetidas ao
teste de acessibilidade de informação dez (10) instituições
públicas, centrais e descentralizadas, assim como empresas
participadas pelo Estado. Destas, a equipa de avaliação decidiu
manter duas instituições (Linhas Aéreas de Moçambique e
Moçambique Celular) igualmente avaliadas em 2017 e duas
avaliadas em 2016 (Electricidade de Moçambique e Ministérios
das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos a partir da
sua Direcção Nacional de Gestão de Recursos)1 para averiguar
o nível de aprendizagem e de mudança, quanto à gestão e
disponibilização de informação. Para todo o processo de
análise de acessibilidade de informação, seguiram-se três
fases sequenciais:
(i)A primeira consistiu no envio das cartas às instituições
com um pedido ou mais de informação de interesse público.
Os assuntos seleccionados para figurarem dos pedidos às
instituições eram caracterizados pela sua pertinência e
actualidade para o interesse público. As cartas de pedido
de informação foram todas enviadas no dia 19 de Março
de 2018, tendo-se controlado os 21 dias úteis para o fecho
da avaliação do prazo de respostas, segundo a legislação,
portanto no dia 16 de Abril de 2018.

1 Note que a Electricidade de Moçambique, sob diferente matéria, foi igualmente
submetida ao teste em 2016 podendo, portanto, permitir uma maior apreciação
sob maturação da gestão e partilha de informação.

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(ii)Depois, efectuou-se a análise das páginas webs de
cada instituição. De facto, a análise das páginas foi feita
em simultâneo com o envio das cartas, conforme as datas
indicadas anteriormente. Definiu-se como pertinente o
acompanhamento da gestão das páginas durante os 21
dias de tempo regulamentar da espera das respostas às
cartas.
(iii)Por fim, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas
em todas instituições com os responsáveis de gestão de
informação ou outros actores indicados. Aquando da
realização das entrevistas fez-se simultaneamente um
exercício de observação dos espaços de armazenamento e
consulta de informação assim como simulação de procura
de documentos ou informação outrora pedidos via cartas.
Foram submetidas à avaliação de acessibilidade de
informação as seguintes instituições:
1. Linhas Aéreas de Moçambique (LAM)
2. Instituto de Gestão de Participações do Estado (IGEP)
3. Moçambique Celular (Mcel)
4. Electricidade de Moçambique (EDM)
5. Município da Cidade da Matola
6. Instituto Nacional de Transportes Terrestres (INATTER)
7. Ministério da Economia e Finanças
8. Serviço Nacional de Identificação Civil (SNIC)
9. Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos
(DNGRH)
10. Tribunal Administrativo (TA)
Tratam-se de instituições públicas e privadas participadas
pelo Estados. A concepção de base não era de generalizar o
cenário, mas oferecer uma leitura diversa sobre as dinâmicas
de disponibilização de informação. O tratamento de dados
seguiu um instrumento base apresentado pelo proponente
e complementado por uma análise de conteúdo, sobretudo
das respostas aos pedidos de informação e das entrevistas
efectuadas. A apresentação dos resultados segue a sequências
da disposição das instituições acima apresentada.

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