City Press, não comprem”, disse ele.
Pouco depois disso, ficou claro que o
projecto draconiano da lei do Sigilo estava quase a ser aprovado. Contrariamente
ao que pensavam que a ideia do MAT
estava morta tendo em vista as reformas de imprensa que substituíram-na,
os jornalistas perceberam então que isto
não correspondia à verdade. Em Janeiro
de 2013, a Reporters Without Borders
(Repórteres Sem Fronteiras) rebaixou a
África do Sul no tangente à liberdade
de informação. A África do Sul desceu,
no ranking mundial dos top 50, por 10
posições, i.e., da 42a posição para a 52a.
O que terá acontecido na África do Sul
face à de iberdade imprensa, à liberdade
de informação, e à censura?

O mais grave de todos os acontecimentos de 2012 foi o facto do Projecto
de Lei do Sigilo ter sido aprovado pelo
Parlamento. Duas leis permitem o livre
fluxo de informações. Primeiro, a Secção
16 da Constituição garante a liberdade
de imprensa no âmbito do princípio da
liberdade de expressão: Toda pessoa tem
direito à liberdade de expressão, que inclui a) liberdade de imprensa e outros
meios de comunicação; b) liberdade de
receber ou de transmitir informações ou
ideias; c) liberdade de criatividade artística; e liberdade académica e liberdade
de investigação científica.
No entanto, nenhum direito é absoluto, e assim o direito à liberdade de
expressão, por exemplo, é usufruído

sem prejuízo aos outros direitos, como
a “dignidade humana”. Segundo, a Promoção do Acesso à Informação (Paia)
de 2000, as informações, devem fluir
livremente, no âmbito da transparência e da democracia. O Projecto-Lei do
Sigilo está em contradição directa com
a Paia. Se o Ante-Projecto Lei de Sigilo
for promulgado, proibirá a publicação de
certas notícias, uma vez que classificará
uma ampla gama de informações como
secretas. O projecto lei, cuja promulgação está prevista para 2013, não protege um jornalista ou denunciante de ser
preso por passar e publicar informação
secreta, o que constituiria uma ameaça
à “segurança de estado”. A prevalência do
interesse público não é adequada e esta
tem sido a grande disputa dos activistas
do direito de informação. A Assembleia
Nacional votou a favor do Projecto-Lei
do Sigilo aos 22 de Novembro de 2011,
com uma maioria esmagadora do ANC
(229 a 107).
A segunda câmara do Parlamento, o
Conselho Nacional das Províncias (NCOP)
realizou audiências públicas nas quais
muitos membros do público protestaram
contra as implicações do Projecto-Lei.
Fizeram-se emendas, que não são suficientes para proteger os jornalistas. Em
Novembro de 2012, o NCOP aprovou o
Projecto-Lei. Em 2013, o Projecto-Lei
volta à Assembleia Nacional antes de ser
encaminhado ao presidente para promulgação. Dali, será lei.
A coligação Right2Know (R2K), de
mais de 400 organizações e mais de
30.000 indivíduos, de forma consistente,
opôs-se ao Projecto-Lei desde o seu início. Quando o Projecto-Lei for promul-



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