Esta omissão por parte dos mídias é quase evidente quando vista contra o cenário actual da Declaração sobre o Género e Desenvolvimento assinada pelos Estados Membros da SADC, incluindo o Zimbabué no dia 8 Setembro 1997. Apesar do número crescente de mulheres a entrarem as fileiras políticas e a prestarem a sua contribuição em negócios e a aderirem as profissões dominadas pelos homens, a cobertura das mulheres ou género ainda é considerada a partir de uma perspectiva masculina. A Declaração explicitamente compromete-se a erradicar todas as formas de desigualdades no género na região. É triste que, os mídias, que constituem um instrumento fundamental na facilitação deste processo, parece não estar a prestar uma atenção especial sobre a necessidade de reflectir, os esforços enormes que as mulheres desempenharam no estreitamento das disparidades do género entre as mulheres e os homens e, certamente os desafios que as nossas sociedades ainda enfrentam para a promoção da mulher. Existe portanto, a necessidade para a criação de políticais dos mídias e género comensurado, de forma a conceder significado ao efeito da Declaração sobre o Género e Desenvolvimento e no sistema de quota da SADC, de 30 por cento de representação nos parlamentos da região. Enquanto que os casos pertinentes de molestamento, aprisionamento, difamação e assaltos contra os jornalistas que trabalham para os mídias privados baixaram, em comparação ao período que conduziu às eleições legislativas e presidenciais de 2000 e 2002, respectivamente, o ambiente legislativo dos mídias ainda está longe do ideal. Os limites nos casos de violações da liberdade dos mídias é grandemente devido a ausência do Daily News criticamente informativo e outros jornais tais como o The Tribune2. A aprovação da Lei Criminal (Codificação e Reforma) e a proposta da Lei de Emendas Gerais que procura reforçar os artigos da Lei de Ordem pública e Segurança (POSA), refere-se a questões de um governo que ainda está a recuperar das eleições fortemente contestadas que decorreram no princípio de 2000. Isto leva-nos ao cenário da aprovação da Lei dos Serviços de Radiodifusão e Televisão (BSA) em 2001, Lei de Acesso à Informação e Protecção de Privacidade (AIPPA) no dia 15 Março 2002 e a Lei da Ordem Pública e da Segurança (POSA) no dia 10 Janeiro do mesmo ano. Estas leis foram introduzidas quando o partido Zanu PF, partido no poder, escapou uma derrota nas eleições legislativas de 2000, levou o governo a reforçar o seu regime repressivo para abafar a diferença de opiniões, controlo do acesso à informação e do processo eleitoral. Durante o período de recuperação do medo vivido durante o período das eleições legislativas de 2000, o governo agiu no sentido de reforçar o controlo dos mídias. Isto causou uma onda de violências sem precedentes contra os jornalistas, que trabalham para os mídias privados e simpatizantes da oposição antes das eleições presidenciais de 2002. Durante o período sob consideração houve um forte aumento de ataques contra os mídias independentes. As instalações do Daily News foram bombardeadas no dia 22 Abril de 2000 seguida das instalações da imprensa escrita, no dia 28 de Janeiro de 2001. Vários correspondentes e jornalistas estrangeiros foram deportados ou proibidos de entrarem no Zimbabué. As milícias a favor do partido no poder, Zanu PF, confiscaram inúmeras cópias dos jornais independentes; jornais e leitores dos mídias independentes foram atacados, assaltados e detidos, enquanto que os jornais privados foram impedidos de circular nos chamados baluarte do Zanu PF. So This Is Democracy? 2005 -151- Media Institute of Southern Africa